Depois de longa viagem a um santuário
em socos de madeira que cansam os músculos
o chá é mais amargo e os seios duros
tanto terraço para uma tarde
já não há mais oceano
não vejo o oceano debaixo das minhas andas
enquanto deambulo
as mãos nas coxas os pés nos pulsos
nu em pensamento
como um chicote feito de meias incomparáveis
o rádio está ligado o fumo do cigarro cai-lhe em cima
pelos prazeres de rebolar num pântano
a que chamam a Via Láctea
em terras Ocidentais longínquas sobre as árvores
onde moram as caveiras hilariantes
FRANK O’HARA (1926-1966)
Vinte e Cinco Poemas à Hora do Almoço
(tradução de José Alberto Oliveira)
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