O poeta é um fingidor.
Finge tão completamente
Que chega a fingir que é dor
A dor que deveras sente.
E os que lêem o que escreve,
Na dor lida sentem bem,
Não as duas que ele teve,
Mas só a que eles não têm.
E assim nas calhas de roda
Gira, a entreter a razão,
Esse comboio de corda
Que se chama o coração.
FERNANDO PESSOA (1888-1935)
Ficções do Interlúdio
Um grande abraço meu amigo Mario
ResponderEliminarAmei o seu blog...
ResponderEliminarAdorei a visita...
Seja bem vindo sempre...
Já estou te seguindo.....
bjs*