Sol
nulo dos dias vãos,
Cheios
de lida e de calma,
Aquece
ao menos as mãos
A
quem não entras na alma!
Que
ao menos a mão, roçando
A
mão que por ela passe,
Com
externo calor brando
O
frio da alma disfarce!
Senhor,
já que a dor é nossa
E
a fraqueza que ela tem,
Dá-nos
ao menos a força
De
a não mostrar a ninguém!
FERNANDO
PESSOA (1888-1935)
Ficções do Interlúdio
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